Wednesday, March 7, 2007

Aveiro, viver a cidade!

Sempre gostei de cidades em que o que mais nos apetece pela manhã é saltar da cama e vir para a rua o mais rápido possível. Sempre gostei de sentir aquele apetite matutino de correr para fora de casa e encontrar vida, gente, ruídos que mais se assemelham a musicas, bandas sonoras de cidades feitas para se viver, para se aproveitar a vida, cidades em que os sonhos começam ao despertar.

Tive a felicidade de ao longo da minha, ainda curta, vida viajar um pouco por todo o mundo e conhecer distintas realidades daquela que me viu nascer e em que cresci, e sempre sonhei que aquilo que mais gostava nas cidades longínquas por onde passei pudesse um dia encontrar na minha, nossa, Aveiro.

Aveiro tem um potencial enorme para ser uma cidade de sonho. Perto do mar e da montanha, bem servida por vias de comunicação rápidas que nos permitem em pouco tempo estar noutras cidades vizinhas, Aveiro tem os condimentos para ser uma cidade ecológica, moderna, ao mesmo tempo que tradicional, feita pelas pessoas para as pessoas, com todos os serviços e comodidades que nos permitem enquanto indivíduos prosperar e perseguir as nossas ambições, os nossos sonhos.

Para mim, Aveiro tem o encanto das cidades à beira-mar, com a vantagem de que, ao contrário de outras, em Aveiro foi o mar que escolheu vir ao encontro da cidade, pelos canais da nossa ria, o que torna a cidade muito mais aprazível e resguardada, e temos que saber aproveitar essa vantagem e fazê-la jogar a nosso favor.

Eu sempre imaginei que um dia a nossa Avenida Lourenço Peixinho viesse a ser as “Ramblas” de Aveiro, espaço pedonal dedicado ao comércio e á restauração, servida por parques de estacionamento e transportes públicos (autocarro e metro), com praças, palcos e coretos, uma avenida dedicada às artes e artistas de rua, à celebração da vida.

Sonhei que um dia as ruas da Beira-mar seriam fechadas ao trânsito e dedicadas às pessoas, com casas de habitação jovem, galerias de arte, restaurantes e lojas, esplanadas todo o ano, bares e discotecas, um pouco à imagem de Plaka em Atenas.

Sonhei com grandes praças temáticas que celebrassem a história da cidade e que imitassem as grandes praças como as de céu aberto, as Plaza Mayor em Espanha, ou Convent Garden em Londres, praças fechadas, dedicadas à música e cultura.

Desde que fui a Bath em Inglaterra que suspiro por ver em Aveiro jovens estudantes de música a actuarem nas nossas ruas, a darem os seus primeiros passos musicais junto dos seus concidadãos, enchendo mesmo a rua mais triste e escura com as mais belas melodias.

Enfim, sempre sonhei com uma Aveiro que nos desse ganas de viver, de sair à rua, e de sonharmos e reflectirmos, de contemplarmos e admirarmos em conjunto, enquanto comunidade, a beleza do nosso mundo, e de assim, todos juntos, deixarmos de viver na cidade para passarmos a viver a cidade!